Vivemos a maior parte do tempo sem a menor consciência do nosso estado. Podemos até empreender esforços individualmente, porém, temos poucas chances de nos relacionar com as energias mais sutis que correspondem a um nível de vida mais elevado.
O trabalho com um grupo de pessoas cria condições para que possamos conhecer algo mais verdadeiro de nós mesmos. O conhecimento de nossa natureza mais essencial será necessário para uma transformação interior, que só se intensifica quando um grupo compartilha dessa mesma busca. A partir daí o grupo corresponde a sua função de canalizar uma troca de energias, um intercâmbio entre as pessoas e as influências superiores.
Se você tem interesse em fazer parte desse intercâmbio, venha participar conosco.
Estamos num grupo porque necessitamos ajuda para encontrar uma qualidade em nós mesmos, um estado no qual podemos experimentar algo real. Nós necessitamos de influências mais elevadas que são inacessíveis quando trabalhamos sozinhos com nossos meios ordinários. Sem o grupo não podemos chegar à intensidade necessária. O grupo é, portanto, uma condição especial para intercâmbio e uma espécie de canal para influências superiores, para ideias de um nível de vida mais elevado. Mas necessitamos estar inteiramente presentes. Recebemos essas ideias na medida exata em que estamos presentes.
Os Movimentos são parte, somente uma parte, do ensinamento sobre a possível transformação de energias em nós e o sentido da vida humana. Eles expressam o ensinamento numa linguagem onde cada gesto, cada postura, cada sequência tem um papel e um significado específico. Não podemos compreender os Movimentos separados do ensinamento, e não podemos praticá-los corretamente com nosso pensamento e sentimento automáticos. Eles chamam a participação de minha presença inteira. Devo abrir-me a uma energia que poderia ter sua vida própria em mim. Então é o corpo de energia, a Presença, que está em movimento. A menos que essa Presença esteja aqui, os movimentos são feitos automaticamente. Mesmo se pensamos que eles estão bem-feitos, eles não expressam nada e são sem significado. Esse tipo de prática é uma distorção total e não tem nada a ver com os Movimentos tais como foram criados.
Precisamos entrar em contato com o corpo em estado de imobilidade e calma: nestas condições nossa atenção ainda insuficiente tem mais chances de servir de instrumento de conhecimento. Um conhecimento que não é somente do corpo, mas também das partes mais sutis do ser, como o são a emocionalidade e a intelectualidade, que devem ser abordadas num clima interno de calma, imobilidade e silêncio.
A Repetição dos esforços intencionais para colocar e manter a atenção sobre diversas regiões do corpo é um fator decisivo para a aquisição de uma atenção de melhor qualidade. Por esta razão, deve praticar-se o relaxamento diariamente de maneira a estabelecer um ritmo regular de esforços.
O fato de Gurdjieff ter sido um compositor de música é em si um fato notável. Um mestre espiritual que, além do corpo principal de seu ensinamento, criou formas de arte que podem ser vistas como expressões essenciais desse ensinamento; esse fato é certamente um fenômeno raro. Os Movimentos e as cerca de duzentas composições musicais que deixou atestam a importância que atribuía tanto ao movimento corporal disciplinado quanto às vibrações do som em relação à prática espiritual.
A visão de Gurdjieff sobre a música, e sobre a arte em geral, derivam da diferenciação entre o que ele denomina arte subjetiva e objetiva.